Depressão é uma doença psiquiátrica, crônica e
recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza
profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto,
desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do
apetite.
É importante distinguir a tristeza patológica
daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas
que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido,
a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares,
as dificuldades econômicas, etc. Diante das adversidades, as pessoas sem a
doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las.
Nos quadros de depressão, a tristeza não dá
tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. O humor permanece deprimido
praticamente o tempo todo, por dia e dias seguidos, e desaparece o interesse
pelas atividades, que antes davam satisfação e prazer. A depressão é uma doença
incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os
quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes
graus: leves, moderados e graves.
CAUSAS
Existem fatores genéticos envolvidos nos casos de
depressão, doença que pode ser provocada por uma disfunção bioquímica do
cérebro. Entretanto, nem todas as pessoas com predisposição
genética reagem do mesmo modo diante de fatores que funcionam como gatilho para
as crises: acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e
psicológico, algumas doenças sistêmicas (ex: hipotireoidismo), consumo de
drogas lícitas (ex: álcool) e ilícitas (ex: cocaína), certos tipos de
medicamentos (ex: as anfetaminas).
Mulheres parecem ser mais vulneráveis aos estados
depressivos em virtude da oscilação hormonal a que estão expostas
principalmente no período fértil.
SINTOMAS
Além do estado deprimido (sentir-se deprimido a
maior parte do tempo, quase todos os dias) e da anedonia (interesse e prazer
diminuídos para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão:
1) alteração de peso (perda ou ganho de peso não
intencional);
2) distúrbio de sono (insônia ou sonolência
excessiva, praticamente diárias);
3) problemas psicomotores (agitação ou apatia
psicomotora, quase todos os dias);
4) fadiga ou perda de energia constante;
5) culpa excessiva (sentimento permanente de culpa
e inutilidade);
6) dificuldade de concentração (habilidade
diminuída para pensar ou concentrar-se);
7) ideias suicidas (pensamentos recorrentes de
suicídio ou morte);
8) baixa autoestima,
9) alteração da libido.
Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade
podem não ser reconhecidos. No entanto, nunca devem ser desconsideradas
possíveis referências a ideias suicidas ou de autodestruição.
RECOMENDAÇÕES
* Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é
sinal de loucura, nem de preguiça nem de irresponsabilidade. Se você anda
desanimado, tristonho, e acha que a vida perdeu a graça, procure assistência
médica. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos
outra vez;
* Depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida:
na infância, adolescência, maturidade e velhice. Os sintomas podem variar
conforme o caso. Nas crianças, muitas vezes são erroneamente atribuídos a
características da personalidade e nos idosos, ao desgaste próprio dos anos
vividos;
* A família dos portadores de depressão precisa
manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e
riscos. É importante que ela ofereça um ponto de referência para certos
padrões, como a importância da alimentação equilibrada, da higiene pessoal e da
necessidade e importância de interagir com outras pessoas. Afinal,
trancafiar-se num quarto às escuras, sem fazer nada nem falar com ninguém,está
longe de ser um bom caminho para superar a crise depressiva.
Fonte: texto extraído do site drauziovarella.com.br.