Atividade reflexiva: 3ª Séries do
Ensino Médio
Como a mente humana supera seus
traumas? Como trabalhamos a questão da crença, trata-se de uma escolha? Que importância atribuímos às questões
mundanas? Qual a importância da família? É preciso fazer escolhas! Todas estas questões fazem parte
de As Aventuras de PI, de Ang Lee. Conheça um pouco mais sobre o filme através
da crítica de Faley Valentin:
Em As Aventuras de Pi,
a relação do homem com o mar ganha uma dimensão existencial e fantástica. De
todos os medos que podem assolar a imaginação humana nenhum, talvez, seja tão
aterrorizante quanto o confronto com o mar. O naufrágio, o confronto com as tempestades,
os terrores que se escondem em suas profundezas, habitam há muito a imaginação
humana. Talvez por que em nenhum outro lugar estejamos tão sós, tão entregues
às forças da natureza, tão humildes em nossa condição, ou mesmo por que o mar
seja imagem ainda capaz de despertar em nós o medo ancestral dos poderes e
terrores da natureza que, milênios outrora, subjugamos com a civilização.
Se o mar pode
servir de imagem tão forte do que nos tornamos ao longo de nossa história, pode
também servir de metáfora para o que podemos nos tornar, para os turtuosos
embates que podem tomar lugar no íntimo na alma humana. É esse confronto que
vemos mais uma vez retratado em As Aventuras de Pi (Life of Pi ),
dirigido por Ang Lee.
O filme conta a história de Pi (Suraj
Sharma), que vê-se em um pequeno barco, acompanhado de um tigre, no meio do
pacífico, após o navio no qual viajava com a família naufragar. Os longos
dias dos dois náufragos servem de pano de fundo para um mergulho não só no mar,
em suas tormentas, seus tesouros, sua beleza, mas para que o espectador
contemple em meio à vasta solidão do mar o aprofundamento do olhar de um homem
sobre si mesmo.
O certo, a meu ver, é que não
se saí incólume de As Aventuras de Pi.
Sua história não é uma simples narrativa, aliás, é mais de uma narrativa, pois
Pi nos conta mais de uma história sobre os mesmos fatos. A primeira é uma
narrativa fantástica, na qual um náufrago e seu tigre sobrevivem, juntos, aos
perigos do mar, até aportarem em uma praia do outro lado do oceano.
A segunda é uma história trágica, na
qual um homem confronta-se com a crueldade humana e é levado ao extremo de si
mesmo em busca da sobrevivência. Assim, a narrativa de Pi é, no fundo, um
convite para que nos debrucemos sobre nós, sobre nossos próprios mares,
animais, ilhas, calmarias, sofrimentos e também, como não poderia deixar de
ser, sobre a beleza na vida de cada um.
Sua última pergunta é, então, uma
provocação, um convite a respondermos uma questão: ao ouvirmos as duas
histórias, em qual delas acreditamos?
* FARLEY VALENTIN (Psicanalísta) – Especial para o Blog do Cinema.
Ficha técnica: AS AVENTURAS DE PI (Life of Pi, EUA, 2012), de Ang Lee, com Suraj Sharma,
Irrfan Khan, Adil Hussain, Gerard Depardieu, Rafe Spall e Ayush Tandor.
Fox. 127 minutos. 10 anos.
Muito bom esta aula, sem duvida ensinou muita coisa, as vezes precisamos de mensagens assim para criar forçar para enfrentar essa tal coisa chamada "VIDA"
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